sábado, 5 de fevereiro de 2011

Humildade




A humildade sempre foi a característica marcante do Renato. E diversas vezes ele deixou bem claro isso em suas atitudes.
No último aniversário dele, (01/04/2010), uma atitude que chamou a atenção foi quando chegamos ao restaurante para comemorar, todos entraram, e ele ficou pra trás um tempinho. Ninguém sabia onde ele tinha se enfiado, e tia Marthinha havia ficado aflita por não saber onde ele estava, e quando ele voltou ela perguntou (meio brava) onde ele estava e, muito acanhado, com poucas palavras, depois que percebeu que ela estava brava, falou que estava comprando um sanduíche para um mendigo que tinha pedido. Na hora ela ficou sem palavras, pelo gesto lindo, e até com vergonha e remorso de ter ficado brava. Mas ele era assim! Sempre dizia o seguinte
: o importante é você fazer algo, e não falar para ninguém. Um exemplo: se eu for dar comida para quem precisa, compro a melhor cesta, e mando entregar sem meu nome. Porque importa o que fazemos de coração por nós e pelo outro. Não precisa ficar falando que fez... Nisso, ele mostrava o quanto se importava com os atos diante de Deus!

Outra vez, foi no Forasteiro, um bar que fica perto da minha casa que a gente ia muito. Estávamos sentados na mesa, e um homem de aparência muito pobre chegou pedindo dinheiro, e como o Renato nunca gostou de dar dinheiro, e sim comida, nem esperou nada e já foi numa lanchonete do lado do bar, pra pagar uma “bomba” pra ele, que era um sanduíche, batata frita e coca cola. Enquanto o homem comía, o Renato perguntava tudo sobre a vida dele, (era muito curioso, e adorava fazer amizades). O homem quando terminou de comer, foi nos agradecer, e deu pra gente um sabonete que tava no bolso dele, e disse que era a única coisa de valor que tinha com ele, tinha ganhado um dinheiro e comprado esse sabonete no mesmo dia. Eu não queria pegar, com dó. E o Renato disse: “Pega, Maria. Ele vai ficar mais feliz sabendo que pôde retribuir.” E assim fomos embora, e toda vez que víamos esse sabonete na minha casa, a gente lembrava...

O Biel, um dos melhores amigos do Renato escreveu algumas palavras que relata bem essa característica tão bonita que ele possuía: “Ele era uma pessoa pura, de coracao, era um rapaz homem, que nao via o mundo com os mesmos olhos que nos... ele era um cara de sorte, pq alem de ter os pais tinha os tios que eram tb pais, os avos que tb eram pais, e tinha os amigos, e quantos amigos, eu tava me perguntando quem sera que era o melhor amigo do renato, e acho que ele nao tinha um melhor amigo, pq ele era amigo de bebado, gay, pobre, rico, metido, ou quetinho, ele era amigo de todo mundo e fazia com que todos achassem que era o melhor amigo dele....
ele se foi sim, mais agente ficou, estamos aqui para batalhar e tentar ser um renatinho a cada dia, tentar ser puro de coracao, para que no final da vida, quando for a nossa hora, que possamos caminhar ao encontro dele no paraiso, e pode ter certeza que ele ta la ja, fazendo o legado dele e cuidando das coisas para todos nos, mais ele ta la e aqui ao msm tempo, dentro do coracao de todos...”

Deus reconhece e retribui um coração e alma generosos assim. Portanto sei e acredito que ele é um Anjo. E é muito iluminado pela pessoa que foi e pelo que fez aqui...

Um comentário:

  1. É, tem muita coisa q a gente só fica sabendo depois. Muito lindo esse jeitinho dele. Em casa, se batia um pedinte na porta, ele tirava o melhor da mesa e dava. Às vezes, ele deixava de comer uma comida diferente para dar a quem pedisse. Lindo meu sobrinho e compadre eterno!

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